terça-feira, 6 de julho de 2010

Hoje.

Sempre me vi como alguem que, em qualquer momento, consegue transmitir um sentimento, uma expressão, uma sensação..
Hoje conheci uma nova faceta desta meu Eu. Apático. Intermitente. Vulneravel mas ainda assim completamente apático.

Hoje é um dia. Hoje é um daqueles dias em que tudo passa a minha volta e eu fico. Fico quieta, estavel, parada no tempo, a ver tudo passar como se fosse uma mera espectadora. Sim, é isso que sinto. Que nao pertenço, que nao existo, que nao contribuo, que nao discuto, que nao argumento, que nao choro, nao rio, nao grito. Nada. Hoje apenas respiro. Respiro inconscientemente enquanto me deito na cama na esperança que algo mude, algo aconteça e que me faça ter vontade de afastar esta dormência que insiste em ficar. Uma dormência de corpo, fisica. Mas sobretudo uma dormencia de espirito, de alma, de sentimentos.
Nao sinto, nao amo, nao odeio, nao emociono. Nada. Simplesmente respiro.
Sinto uma incapacidade crónica de descrever aquilo que sinto porque se resume a..Nada! Nao sinto nada e é isso q me faz sentir tudo e tanto.

Sempre me perguntei o porque disto e aquilo. Daquilo que passou. Das mentiras, das desilusoes. Das alegrias e das vitórias. Porque? Qual o sentido? Qual é o meu papel neste ser que sou eu? E enquanto me questiono ha sempre um grande vazio que se impoe...nao tenho resposta.
São dias em que perco a noçao da inutilidade de qualquer uma das minhas acçoes e que questiono aquilo que poderia ser e nao sou. Talvez se... E se...

Hoje, neste impeto de apatia e dormencia, concluo que a minha presença pertence a quem a nota, a quem a percebe. A quem a cada minuto me faz sentir uma pessoa melhor e que poderá ter a capacidade de fazer alguem feliz. É um pensamento que surge mas q rapidamente foge. Porquê?


Porque hoje nao sou nada. Hoje nao falo, nao grito, nao choro, nao rio...Apenas respiro. Respiro por esses que ainda ficam e fazem tudo valer a pena.